Medidas adotadas pelo governo Lula
1. Plano de contingência e linhas de crédito para exportadores
O Ministério da Economia já apresentou a Lula um plano emergencial de apoio para empresas exportadoras — especialmente agropecuárias, mineração e indústria aeronáutica. Esse plano inclui linhas de crédito para garantir empregos e manter a produção em meio à crise
2. Pedido de crédito extraordinário
Para financiar o resgate às empresas, o governo estuda solicitar um crédito extraordinário ao Congresso fora do teto do arcabouço fiscal — uso permitido via Medida Provisória e justificado como despesa “abnormal” decorrente da crise
3. Aplicação da Lei de Reciprocidade Comercial
Desde julho de 2025, com a Lei 15.122/2025 e o decreto regulamentador, o Brasil autorizou medidas retaliatórias, inclusive tarifárias, contra os produtos dos EUA. Essas contramedidas podem chegar a 50%, mas ainda não foram aplicadas até o momento
4. Recursos junto à OMC e tentativas de diálogo
O governo brasileiro protocolou recurso na Organização Mundial do Comércio e buscou intermediação diplomática. O vice-presidente Geraldo Alckmin lidera diálogos com setores produtivos e autoridades dos EUA, embora sem sucesso em contato direto com a Casa Branca até o momento
5. Articulação com estados
Governadores, especialmente do Consórcio Nordeste, reuniram-se com Lula para alinhar ações e também anunciaram mecanismos próprios de apoio aos setores mais afetados, como crédito e subsídios regionais J
6. Alívio parcial com lista de exceções
Do total de exportações brasileiras para os EUA, cerca de 44‑45% ficaram fora da tarifa adicional, graças a uma lista de exceções que protegeu setores estratégicos como Embraer, suco de laranja, derivados energéticos, aeronaves e castanhas. Ainda assim, ~36% das exportações (aprox. US$ 14,5 bi em 2024) foram diretamente atingidas C
O Brasil está se apoiando em instrumentos clássicos de Estado: o diálogo diplomático, resposta via OMC, arranjo fiscal emergencial e solidariedade federativa com os estados. Não é hora de cortes radicais: é hora de preservar emprego, produção e garantir a soberania econômica — como sempre se fez quando o país enfrentou crises externas.
O governo Lula, numa abordagem tradicional e pragmática, está se mobilizando com medidas jurídicas, financeiras e diplomáticas para minimizar o impacto do tarifaço. Até o momento, evitou-se grandes retaliações diretas, preferindo focar no apoio aos setores afetados e na negociação internacional.